Agora passei de formada para
desempregada. Pensando em onde atacar, descobri que o mercado profissional na
área de Comunicação Social em minha cidade é muito restrito. Principalmente
para quem tem o dobro da idade dos concorrentes.
Geralmente após se formar você
sai da Universidade cheia de planos, pronta para salvar o mundo. Cansada de
ouvir que a educação do país é uma merda, resolvi agir. Inscrevi-me para dar
aulas nos colégios do Estado. Fiz a prova, me classifiquei e fui, no começo do
ano (2013), no dia e no local marcado, pegar aulas. Nunca, em toda minha vida, poderia imaginar a
humilhação que passa um professor, The dream
is over.
Depois de três horas em pé,
esperando pra ser atendida descobri que tinha me apresentado no dia errado.
Neste período vi professoras idosas, com criança de colo sem preferência no atendimento.
Os funcionários da Delegacia de Ensino pareciam membros da realeza britânica.
Conversei com algumas professoras, que aguardavam perto de mim. Elas me
disseram que o atendimento melhorou, era muito pior. Voltei no dia seguinte,
mais três horas de espera e nada. O esquema é o seguinte, me contaram em off,
muitos professores comparecem no dia da Atribuição de Aulas e pegam o maior
número de aulas possível, dias depois apresentam atestados médicos, são
afastados e as aulas voltam. O famoso QI (Quem Indica) é muito importante.
Depois dos professores de carreira são os QIs que pegam as aulas. Nós os
iniciantes vamos sendo jogados para o fim da fila. Depois de três dias sem
conseguir nada, uma professora me disse que poderia ir direto às escolas
próximas da minha casa e me inscrever como professora eventual. Lembra das professoras
substitutas? Agora são eventuais, gostei. Rodei o bairro e me inscrevi nas
escolas disponíveis. Estou no aguardo.
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