sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Mato brotado


Morro acima, ladeira abaixo, morro acima, ladeira abaixo.
Assim é dar uma volta pela cidade de Cambuquira, estância mineral no Sul de Minas Gerais.
Na parte alta da cidade o cenário é entristecedor. Prédios que um dia abrigaram hotéis e cassinos luxuosos, hoje aguardam calmamente a degradação do tempo. Alguns de tamanhos exagerados sustentam-se por teimosia.
A água com propriedades medicinais brotam nas fontes de um parque balneário adormecido.
A região que outrora recebeu a nata da sociedade brasileira, que usava a desculpa de fazer um tratamento medicinal à base de água, e caia na farra e na jogatina, parou.
Os quase doze mil habitantes sobreviventes do local aguardam dentro de seus lares, apenas olhando pela janela, o desenvolvimento cambuquirense.
As ladeiras de paralelepípedos convivem com o mato em seus vãos. As casas sem pinturas guardam a história de um passado rico e agitado. As famílias de cidadãos empreendedores sobrevivem das sobras de heranças não renováveis. As igrejas católicas disputam os fiéis com as várias igrejas pentecostais. Os raros turistas aventureiros que por ventura aparecem na cidade são disputados quase a tapas.
Cambuquira, do tupi-guarani, mato brotado ou broto de aboboreira, teve muito ouro extraído de suas entranhas. Movimentou fortunas em seus cassinos. Banhou e tratou de muitos enfermos com suas águas minerais. E agora em pleno século 21, padece.
Estava procurando uma cidade tranqüila no interior para passar as férias. Achei.


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